Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Myrcia amplexicaulis (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência no estado: ESPÍRITO SANTO, município de Santa Leopoldina (Demuner 1575), Santa Maria de Jetibá (Fernandes 3322), Santa Teresa (Amorim 1953). Embora a localidade tipo da espécie seja no RIO DE JANEIRO e a Flora do Brasil 2020 em construção (2018) cita sua ocorrência para este estado, a espécie é considerada provavelmente extinta localmente (Amorim, 2017).
Árvore de até 12 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada em Floresta Ombrófila associada a Mata Atlântica no estado do Espírito Santo, municípios de Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina. Apresenta distribuição muito restrita, EOO=227 km² e ocorrência em fitofisionomia severamente fragmentada. Sabe-se que somente cerca de 12,4% de vegetação original ainda resiste na Mata Atlântica brasileira. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Adcionalmente, os ecossistemas florestais capixabas encontram-se fragmentados como resultado de atividades antrópicas realizadas no passado e atualmente, restando somente 12,6% de remanescentes florestais originais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Esse processo acelerou-se significativamente no Espírito Santo em função do cultivo do café e do ciclo de exploração de madeira, que perdurou por mais de meio século (Thomaz, 2010). Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representam as maiores ameaças a biodiversidade de árvores do estado (Lapig, 2018). Na região de Santa Teresa as plantações de café e banana são os usos do solo que ocasionam a fragmentação e aparecimento de ilhas florestais (Oliveira et al., 2013). Adcionalmente, o município de Santa Leopoldina contém 17,4% de sua área convertida em pastagens (Lapig, 2018). Mesmo com registro confirmado dentro de área protegida, esta sofre interferência antrópica de diversos níveis (Mendes e Padovan, 2000). Assim, considera-se M. amplexicaulis Em Perigo (EN) de extinção. Infere-se declínio contínuo em qualidade e extensão de habitat. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação, garantia de efetividade de UC) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro.
Descrita em: Bot. Mag. 95: t. 5790. 1869. A espécie foi categorizada como Em perigo (EN) de extinção por Amorim (2017).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
A Mata Atlântica, que no início da colonização do solo capixaba, originalmente cobria quase 90% do seu território, foi sendo reduzida durante sucessivos ciclos econômicos. Esse processo acelerou-se significativamente em função do cultivo do café e de um ciclo de exploração de madeira que perdurou por mais de meio século (Thomaz, 2010). Na região de Santa Teresa as plantações de café e banana são os usos do solo que ocasionam a fragmentação e aparecimento de ilhas florestais (Oliveira et al., 2013). O município de Santa Leopoldina, com cerca de 71.809 ha, contém 17,4% de sua área convertida em pastagens (Lapig, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3 Logging & wood harvesting | locality,mature individuals | past,present,future | national | very high |
A exploração madeireira durante a colonização capixaba agravou-se no início da década de 1960, quando o Espírito Santo foi uma das principais fontes de madeira para a construção de Brasília (Thomaz, 2010). O município de Santa Teresa, outrora recoberto em sua totalidade por Mata Atlântica, atualmente possui cerca de 20% de remanescentes florestais (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Em Santa Leopoldina, Santa Maria de Jequitibá e Santa Teresa restam respectivamente cerca de 27,7%, 25,4% e 20,4% da Mata Atlântica original desses municípios (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1 Land/water protection | on going |
A espécie foi registrada na Estação Biológica de Santa Lúcia (Amorim 1953), Reserva Biológica Augusto Ruschi (Kollmann 5296). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |